Psiquiatra explica a diferença entre a variação de humor e doenças graves.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a depressão é a principal causa de invalidez no mundo. São quase 121 milhões de pessoas que sofrem do problema no mundo, mas apenas um quarto tem acesso ao tratamento adequado. O psiquiatra Fernando Fernandes, pesquisador do grupo de doenças afetivas do Hospital das Clínicas de São Paulo, mostra alguns sintomas da doença e explica como diferenciá-la da tristeza comum.
- Quais são os sintomas da depressão?
Dr. Fernando Fernandes: O sintoma da depressão é o humor deprimido, relatado como tristeza. Outro sintoma que é pouco conhecido das pessoas e também pode ser considerado central é a anedonia, condição na qual a pessoa é incapaz de sentir prazer, muitas vezes sem estar propriamente triste. Outros sintomas típicos são baixa energia, apatia, diminuição da iniciativa, baixa no desempenho intelectual, com dificuldade de manter atenção e concentração e capacidade de encadeamento lógico das ideias. Também podem ocorrer sintomas físicos como insônia ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, dores, entre outros.
2. Como diferenciá-la de um estado de tristeza comum?
Dr. Fernandes: A tristeza é um sentimento normal diante de adversidades ou reveses da vida. Contudo, apenas tristeza não faz o diagnóstico de episódio depressivo. A depressão é uma síndrome, ou seja, é um conjunto de sintomas emocionais, físicos e cognitivos persistentes. A tristeza normal é ocasional e está ligada a um fator específico, não incapacita a pessoa, que pode continuar suas atividades e pode encontrar prazer e estímulo. A depressão, no entanto, é uma doença médica extremamente incapacitante.
3. Como é o tratamento?
Dr. Fernandes: O tratamento é essencialmente medicamentoso. As medicações antidepressivas têm sua eficácia em abreviar os sintomas e prevenir recaídas extensamente comprovadas. Em paralelo ou após a fase aguda da depressão, a psicoterapia é muito útil, ajudando o paciente a lidar melhor com os fatores estressantes do dia-a-dia e prevenindo recaídas. Tratamentos alternativos podem ser usados em paralelo, mas nunca substituindo o tratamento com antidepressivos.
Dr Fernando Fernandes – Médico psiquiatra e Pesquisador do Programa de Transtornos do Humor/GRUDA – Instituto de Psiquiatria – HC-USP
Fonte: http://www.progruda.com/ipq/entrevistas
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