Diagnóstico recente e o processo de se conhecer em eutimia

Diagnóstico recente e o processo de se conhecer em eutimia 2024-10-12T19:55:05+00:00

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  • ba_peres
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    #16642 |

    Meu nome é Bárbara. Sou médica e tive o diagnóstico às claras, em conversa franca com a psiquiatra que confio, há 4 dias, apesar de passar a vida toda com a “pulga atrás da orelha” e algum outro psiquiatra me prescrever estabilizador de humor e eu sem muito bem entender. Parecia que eu não queria enxergar ou temia o diagnóstico justamente por me sentir bem nos episódios de hipomania, que sempre acreditei que faziam parte da minha essência.
    Nessas quatro dias imergi em leituras sobre bipolaridade e o famoso “check-list” de uma série de coisas que faziam sentido vieram junto com uma grande sensação de “quem sou eu, então?”. Minha mãe provavelmente tem este mesmo diagnóstico, tendo em vista que somos extremamente parecidas e a pergunta se intensifica mais ainda na minha cabeça porque “quem somos nós, além do TAB?”.
    Sei que a hipomania é tentadora e a interrupção do estabilizador de humor, como já fiz outras vezes, é uma grande sabotagem. Estou muito consciente do que pretendo: aderir bem a medicação, me dedicar à terapia não-medicamentosa (atividade física, sono reparador, não me envolver em atividades que me sugam energia ou que me coloquem sob risco de “ciclar”) e seguir em frente.
    Estou em busca de me conhecer além do TAB: completamente eutímica e desnuda.

    • Este tópico foi modificado 1 mês, 3 semanas atrás por ba_peres. Motivo: barbara
    dutrafrn
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    Postagens: 1

    Bárbara, que bom te ler. Fui diagnosticada há exatamente 15 dias e o processo de me (re)pensar pós-diagnóstico tem sido cheio de questões e pontos de crise. A mesma pergunta que você suscitou eu suscitei em conversa com minha psicoterapeuta: “eu alguma vez existi independente do transtorno? eu alguma vez efetivamente exerci autonomia no meu pensar/agir?”. São questionamentos, embora legítimos, muito difíceis. Não sei se essas fronteiras são perceptíveis da forma como esperamos que sejam. E, assim sendo, não é possível que nos apartemos da condição médica e psíquica que o transtorno causa. Tenho pensado somente em redução de danos, em conter essas pulsões insistentes e recorrentes que ou me paralisam ou me impulsionam de maneira exacerbada. Se você quiser conversar, estou à disposição. Boa sorte e assuma o compromisso difícil, mas recompensador, que o tratamento exige!
    Abraço,
    Francyellen C Dutra
    dutrafrn@gmail.com | @francdutra

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