Como o portador de transtorno do humor pode se ajudar

 

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  • O portador de transtorno do humor é a pessoa mais interessada na melhora e deve sempre se lembrar de que ele tem uma doença, mas não é um doente. Isto o torna co-responsável pelo sucesso do tratamento e estimula a participação ativa no processo terapêutico como um todo.
  • É extremamente importante manter a rotina do seu sono, dormir e levantar sempre no mesmo horário. Mudanças no padrão do sono são fortes indutores de oscilações do humor e evitá-las fortalecerá seu equilíbrio. Discuta com seu terapeuta se houver problemas para dormir ou se tiver que permanecer acordado.
  • Não utilize álcool e drogas, porque estas substâncias causam desequilíbrio no funcionamento do cérebro. Freqüentemente provocam alterações do humor e do ânimo e interferem diretamente no tratamento. Evite tomar drinques para “melhorar o ânimo” ou “ajudar no sono”, porque só podem piorar. Peça ajuda a seu terapeuta e procure grupos de apoio se não conseguir se controlar.
  • Evite o uso diário de café, drinques, alguns chás, antialérgicos, antigripais e analgésicos, que podem interferir no sono, no ânimo e nos seus medicamentos. Pode ser a “gota d’água” para o início de um novo episódio da doença.
  • Discuta com seu terapeuta sobre o preconceito contra a doença, seu próprio e dos outros, pois só assim você terá condições de fazer sua parte no tratamento.
  • Tente reduzir a tensão no seu trabalho. Você sempre quer fazer o melhor, mas lembre-se que seu principal trabalho é evitar as recaídas, para aumentar sua produtividade a longo prazo.
  • Procure manter se horário de descanso e dormir um tempo razoável. Caso não consiga trabalhar discuta com seu terapeuta sobre uma licença. Cabe a você avaliar quanto pode conversar abertamente com um empregador. Se necessário, peça a um familiar avisar que você não está bem e que voltará assim que melhorar.
  • Não é fácil aceitar qualquer doença que exija um tempo prolongado de tratamento, como é o caso da hipertensão, do diabetes, das doenças cardíacas e também do transtorno bipolar.
  • No caso do transtorno bipolar a dificuldade aumenta, porque a pessoa só em algumas épocas e às vezes nem percebe. Isto aumenta o risco de abandono do tratamento e precipita as conseqüências já citadas. O paciente suspende a medicação por sentir-se bem e achar que pode controlar sozinho, porque lhe falta a excitação ou pelos efeitos colaterais. Todas estas questões devem ser discutidas com o terapeuta.
  • A pessoa com transtorno do humor deve lembrar que cada novo episódio aumenta o risco de seguinte e deve continuar tomando o medicamento, mesmo que esteja bem por vários anos.
  • Aproveitar o tempo de bem-estar para planejar a vida e apreender a diferenciar entre sentimentos normais e sentimentos patológicos.
  • O portador precisa estar atento aos sinais precoces de um novo episódio. Alterações no sono, irritabilidade, maior sensibilidade, maior atividade ou cansaço fácil, entre outros, podem ser indícios de nova fase da doença. Deve-se consultar imediatamente o médico para reduzir o grau e o tempo de sofrimento.
  • Em certa medida o portador de TH em euforia pode se controlar, desde que esteja consciente dos sintomas. Deve evitar ao máximo novos estímulos e compras, adiar decisões e novos planos para quando melhorar. A hiperatividade pode ser canalizada para atividades físicas ou manuais. Não exagerar no trabalho – poupar-se. Evitar contato sexual sem cuidados para não contrair moléstias sexualmente transmitidas, como Aids.

O que fazer quando tiver vontade de parar o tratamento

É normal ter dúvidas e sentir-se incomodado com o tratamento, mas procure sempre conversar sobre isto com seu terapeuta, médico ou família. Se tiver efeitos colaterais desagradáveis com a medicação, discuta com seu médico, mas não altere a dose da medicação por conta própria. Os sintomas que reaparecem são às vezes ainda mais difíceis de tratar. Você pode trabalhar com seu médico para encontrar um remédio com que se sinta melhor.

Recomendações Gerais

Um bom entendimento da doença e do seu tratamento pelo portador e seus familiares e amigos aumenta a chance de uma vida cada vez mais próxima do normal.

Sugestão: Leia este material várias vezes e discuta com seu terapeuta todas as dúvidas que surgirem.

Fonte: Faculdade de Medicina da USP | GRUDA www.progruda.com

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DESTAQUES

3 Comentários

  1. RAIMUNDO DA CRUZ NOLETO 20 de janeiro de 2014 às 11:41 - Responder

    Temos uma pessoa na familia, já diagnosticado com o TB. Estamos ainda na fase de adaptação, e sentimos ainda muitas dificuldades nesta adaptação.
    Esta publicação para o portador do TH, e as 10 dicas para os familiares as quais também tivemos acesso, muito vão nos ajudar em busca do equilibrio familiar.
    Obrigado.

  2. Eunice Dionizio de Oliveira Rocha 24 de novembro de 2014 às 11:08 - Responder

    Tenho uma filha com sintomas, esta em tratamento, mas temos dificuldades, pois repentinamente ela nos assusta com crises eufóricas, ou de raiva ou de alegria desnecessárias. Como o problema sofre preconceito as pessoas, ficam achando eita, mesmo carinhosamente a chamam doidinha, outros, moleca, e eu mãe, sofro porque desde sempre notava algo errado.

    • Equipe Abrata 27 de novembro de 2014 às 19:45 - Responder

      Olá Eunice

      Lamentavelmente a sociedade ainda carrega preconceitos e estigmas em relação a doença mental, apesar das evoluções que aconteceram nesta área da saúde e que trouxeram qualidade de vida para a pessoa com transtorno mental, possibilitando-a ter uma vida produtiva, estudar, trabalhar, constituir família, enfim exercer as atividades como qualquer outro ser humano.
      O principal vc já está fazendo. Procurou um médico, a sua filha está em tratamento. Talvez ainda necessite de uma ajuste na medicação para que ela responda melhor ao tratamento. Converse com o médico sobre os comportamentos da sua filha, os que vc relata nesta mensagem. É importante o médico tomar conhecimento. Vc deve saber que a medicação deve ser tomada todos os dias, nos mesmos horários e conforme a orientação do médico. Isso é essencial para que os sintomas da doença desapareçam.
      Eunice vc não deve se sentir culpada pela doença da sua filha, ou mesmo pq notava que havia algo errado. Ninguém é responsável, nem você e nem a sua filha ou outra pessoa . Essa é uma doença como qualquer outra, como um diabetes, como uma doença do coração. É uma doença do cérebro, que necessita de cuidados, de medicação e que as vezes o diagnóstico da doença pode demorar muito a ser concluído. Se possível, também é bom a sua filha ter um psicólogo para ajudá-la a entender a doença, o que acontece e principalmente como ela deve se cuidar.
      Se vc reside em SP, aproveitamos a oportunidade para lhe convidar para participar do Grupo de Apoio Mútuo para familiares. São grupos constituídos por portadores de transtorno do humor e de familiares cuja finalidade é trocar experiências, compartilhar vivências, buscar soluções de forma solidária, dando apoio e conforto uns aos outros. Primeiro faça a sua inscrição no Grupo de Acolhimento através do telefone: (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às17h. E se a sua filha for maior de 18 anos, ela poderá participar do Grupo de Apoio Mútuo para os portadores de Transtorno Bipolar,
      Conte sempre com a ABRATA.
      Abraços
      Equipe ABRATA

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