TRANSTORNO BIPOLAR NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA É DIFÍCIL DE DIAGNOSTICAR

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O transtorno bipolar (TB) é uma psicopatologia caracterizada por alterações graves no humor e que cursa com fases de mania (períodos de humor eufórico, grandiosidade, aumento de energia, alegria extrema, etc) alternando com episódios de depressão. O TB é um quadro que impacta o indivíduo e seu círculo social, comprometendo seu funcionamento global, relacionamento familiar e social, além de provocar prejuízos ocupacionais. O diagnóstico do quadro é complicado em adultos, levando em média 10 anos para se realizado, pois normalmente ocorre predominância de fases depressivas, o que induz ao erro os profissionais de saúde envolvidos no tratamento desses indivíduos. Em crianças e adolescentes o desafio pode ser ainda maior, pois as fases não são muito bem definidas.

O TB de início na infância e adolescência, normalmente, está associado a outras comorbidades. Ele pode se instalar paralelamente a um transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos de conduta, transtornos ansiosos ou mesmo com transtornos alimentares.

O tratamento nesses casos precisa ser muito específico, pois os transtornos associados podem mascarar o diagnóstico de TB. “O primeiro problema a ser resolvido nesses indivíduos é a estabilização do TB, pois a partir do controle deste é que se sabe a extensão da comorbidade”, diz o especialista. Além disso, deve envolver a abordagem psicoterápica, terapia familiar, fonoterapia e reabilitação pedagógica.

Diferentemente dos adultos, o TB na infância e na adolescência esbarra em peculiaridades relacionadas à fase de desenvolvimento em que a criança ou o adolescente se encontra: de um lado as crianças, muitas vezes, não conseguem descrever o que sentem. Já na adolescência, uma idade crítica por natureza, o transtorno se confunde com os dramas da fase e pode ser agravado por fatores como a convivência social com indivíduos desajustados.

Idades diferentes, fases diferentes: “As crianças apresentam dificuldades em falar com clareza sobre os próprios sentimentos, o que pode dificultar, para os pais e para os profissionais que as acompanham, a identificação imediata da doença. Definir episódios depressivos ou maníacos nesses indivíduos fica ainda mais difícil. O que vai denotar o transtorno, muitas vezes, é quando se nota uma mudança no padrão de comportamento dessa criança, como por exemplo, a apatia e o desinteresse por brincadeiras ou mudanças no padrão de sono e de alimentação”,

A “ciclagem” – alteração entre as fases – nas crianças pode ser muito rápida, havendo alternância entre as fases em questão de horas ao longo do dia. “A criança pode estar apática durante a manhã e logo depois eufórica, brincando, correndo. Isso confunde quem observa e dificulta a procura por ajuda especializada. Entretanto, quando se tem ideia de que pode se tratar de um transtorno, é possível que os pais ou responsáveis busquem auxílio.

Na adolescência, entretanto, a coisa se complica. Para os adolescentes, arriscar e desafiar o novo, buscando novas sensações é um padrão comum de funcionamento, sendo visto como parte integrante daquela fase da vida. Além disso, outros quadros psicopatológicos comuns na adolescência, como o transtorno de conduta, também apresentam comportamento semelhante ao observado em um adolescente bipolar em fase de mania, como por exemplo, a presença de agressividade, impulsividade e de quebra de regras,

Por conta dessa impulsividade e agressividade extremada, esses adolescentes bipolares podem acabar sendo isolados pelos pares – o inverso do que acontece com as crianças bipolares, que optam por se isolar. Esse isolamento social pode ser um fator complicador, pois esse indivíduo pode acabar procurando refúgio em círculos sociais (turmas de amigos) mais desajustados.

Os adolescentes com esse comportamento ‘transgressor’ acabam se solidarizando. No geral, isso é ruim, pois os membros do grupo podem acabar compartilhando e reforçando os comportamentos de risco uns dos outros, como o abuso de álcool e outras drogas, ou mesmo o comportamento violento e antissocial.

Adesão ao tratamento pode ficar comprometida nos adolescentes:  Na adolescência, a independência e proatividade também são mais salientes. Isso quer dizer que a adesão ao tratamento para o transtorno não depende apenas dos pais. As crianças mais novas são levadas pelos pais, que acompanham de perto a evolução. Nos adolescentes, isso se complica, pois os pais, por vezes não conseguem ter ascensão sobre os adolescentes, deixando-os “mais soltos”. Se um adolescente resolver faltar à sessão ou interromper o tratamento, os pais poderão apresentar mais dificuldades, não conseguindo valer da autoridade e forçá-los a voltar.

Por isso, os pais devem ficar mais atentos nas fases iniciais da doença e do tratamento, pois a continuidade na intervenção é mais fácil quando esses indivíduos já estão mais estáveis. Lembrando que o transtorno bipolar do humor não tem cura, mas pode haver remissão do quadro. A condição pode ser estabilizada, mas isso não exclui a volta de novas oscilações ao longo da vida. O acompanhamento deve ser permanente e o indivíduo conscientizado da importância do seu comprometimento com o tratamento. Os pais e o paciente devem estar atentos a essa condição”.

Vida acadêmica é um indicador importante: Para os pais, fica a dica: acompanhar o histórico escolar dos filhos – não somente as notas, mas as alterações de comportamento, padrão de sociabilidade, respeito às regras e figuras de autoridade. Esses são dados fornecidos pelos professores e coordenadores pedagógicos e que podem muito auxiliar no diagnóstico – é o melhor indicador de transtornos mentais que possam vir a se instalar, especialmente o TB.

O ambiente escolar é um local externo do convívio familiar, e acompanhar a evolução dos filhos nesse ambiente é importantíssimo: as alterações de comportamento observados na escola podem dizer muito sobre a saúde mental das crianças. Se as notas caem repentinamente, a criança não se concentra ou mesmo ocorre uma regressão no processo de aprendizagem, isso pode ser indicativo de alguma alteração. Nesses casos é importante uma avaliação de um profissional de saúde mental, especialista em crianças e adolescentes, pois como vemos, o conhecimento sobre as especificidades da idade são pontos-chave para um bom diagnóstico e um tratamento eficaz para as condições que estejam se desenvolvendo. A avaliação de outros profissionais, como psicopedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos, são de fundamental importância, pois como vimos, essa é uma condição que afeta o desenvolvimento da criança e do adolescente nas diferentes esferas de sua vida.

Autor: Dr. Miguel Angelo Boarati | Psiquiatra da Infância e Adolescência : Coordenador do Ambulatório de Transtornos Afetivos – PRATA-SEPIA IPq-HCFMUSP

Fonte: http://www.viversaude.com.br/transtorno-bipolar-na-infancia-e-na-adolescencia-e-dificil-de-diagnosticar/

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24 Comentários

  1. Thalys Oliveira 26 de novembro de 2014 às 10:26 - Responder

    Oi, bom dia! Preciso de ajuda de vocês, tenho um filho, sou separado e minha ex mulher tem transtorno bipolar e já teve/tem (não é algo que atrapalha a vida dela hoje) síndrome do pânico. Alem disso ela tem problemas na tireoide… Nenhum desses problemas ela procura se tratar, esse o maior problema. Mas ate ai tudo bem, mas o que esta tirando o meu sono é que ela cuida do meu filho sozinho, e agora com 1 ano e 4 mês, nos momentos que tenho com ele vejo ele muito hiperativo, ela relata que ele demora 40min para pegar no sono. Ela tem um gato, e ele bate nele, qnd vemos reprimidos isto e falando pra ele fazer carinho, ele faz mas logo em seguida bate de novo, as vezes ele tira um bolo de pêlo do gato…
    Vi uma matéria sobre bipolaridade na infância, e vi que pode ser genético (as chances aumentam caso tenha um parente com a doença), além disso, o pai da minha ex morreu de alzheimer. Acham que devo procurar ajuda medica para meu filho?

    • Equipe Abrata 27 de novembro de 2014 às 20:32 - Responder

      Prezado Thalys

      O fato da mãe do seu filho ser portadora de uma transtorno mental, não quer dizer, necessariamente, que o seu filho também terá a mesma doença. O transtorno bipolar tem um componente genético, porém isso não é garantia de que todos os familiares de um portador também terão a mesma doença. Há uma predisposição genética, que poderá surgir ou não. Mas, considerando as suas preocupações é importante que busque o apoio de profissional especializado para vc levar o seu filho e fazer uma consulta, e relate todas as suas observações. Procure um psiquiatra de crianças e jovens. Mas, vc também poderá, primeiro, conversar com o pediatra do seu filho. Quem sabe ele poderá lhe indicar um psiquiatra ou ele mesmo poderá orientá-lo.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  2. Emmy 26 de março de 2015 às 16:11 - Responder

    Olá, gostaria de parabenizar pelo trabalho que estão executando.
    Então, acredito ter uma mãe portadora de TBP, no entanto ela não aceita receber nenhum tipo de atendimento para termos um diagnóstico e ser ajudada.
    Gostaria de saber o que posso fazer para ela entender a importância sem transparecer que estamos julgando-a.
    Está sendo muito sofrido, pois moramos apenas nós duas e desde pequena sou o principal alvo de suas agressões e culpada por tudo que acontece.
    Curso psicologia e compreendo os sintomas, mas é impossível obter o diagnóstico, não posso ser a terapeuta dela, como ela quer. Estou envolvida e é totalmente anti ético, mas ela não entende.
    Estou ao ponto de querer sair de casa, mas tenho medo de deixá-la só, e tenho medo de ficar também, já que sofri ameaças.

    Me ajudem, minha família tenta, mas eles não podem fazer nada de concreto até então.

    • Equipe Abrata 8 de abril de 2015 às 16:36 - Responder

      Olá Emmy

      As dificuldades são maiores quando o paciente não aceita ser doente, e em caso extremos é necessário iniciar o tratamento contra a sua vontade. Com o passar do tempo, família e paciente aprendem a identificar os primeiros sinais de uma recaída, antes que ele perca o senso crítico. Isto é muito importante, porque a intervenção precoce possibilita abreviar e atenuar o novo episódio da doença.
      A aceitação do tratamento psiquiátrico não é algo tão simples como pode parecer à primeira vista. Aderir a um tratamento significa entrar em concordância com a conduta proposta pelo médico e equipe terapêutica e atender o que vc filha tanto deseja.
      Para que isso aconteça, é necessário que a pessoa doente tenha: Capacidade de se perceber doente. Aceitação do diagnóstico.Informação sobre o transtorno e seu tratamento. Aliança terapêutica. Psicoterapia e grupos de Apoio mutuo para a pessoa e seus da familiares.
      A falta de adesão ao tratamento não é exclusiva dos transtornos do humor, acontece com várias doenças. É muito frequente em bipolares – mais de um terço abandonam o tratamento duas ou mais vezes e não comunicam o médico.
      O portador de uma doença mental, ou qq outra doença é a pessoa mais interessada na melhora e deve sempre se lembrar de que ele tem uma doença, mas não é um doente. Isto o torna co-responsável pelo sucesso do tratamento e estimula a participação ativa no processo terapêutico como um todo.
      Vc já considerou a possibilidade de uma internação? Em situações de muita resistência ao tratamento ou mesmo a buscar uma diagnóstico, apesar que às vezes, a internação pode ser uma escolha muito difícil para os familiares, talvez seja este o caminho a seguir. Compartilhe essa possibilidade com os seus familiares.
      No site vc também poderá baixar o livro em PDF – Manual para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar. Além de informações sobre a doença e traz muitas dicas sobre como lidar com o portador em diversas situações. Link: https://www.abrata.org.br/new/folder.aspx
      Abraços
      Equipe ABRATA

  3. MARCIA GUIMARAES 15 de maio de 2015 às 07:04 - Responder

    OLA SOU MAE DE UM MENINO DE 9 ANOS PROCURO TUDO PARA ME ATUALIZAR E ME INFORMAR POIS MEU FILHO E BIPOLAR E MUITO DIFICIL DE LIDAENDO PISICOTERAPIA E HOJE VAI AO PISIQUIATRA MAS E DIFICIL SOU SOZINHA E TENHO QUE TRABALHAR AS VEZES ME REVOLTO POIS NAO CONSIGO ENTENDER MUITAS COISAS.

    • Equipe Abrata 23 de maio de 2015 às 22:59 - Responder

      Prezada Márcia

      Agradecemos o seu contato e compartilhamos da sua preocupação.
      Sugerimos que procure um psiquiatra infantil, o seu necessita de uma avaliação psiquiátrica. Os sintomas que você descreveu podem fazer parte de outros quadros, mas será importante ouvir a opinião de um profissional especializado. Há necessidade de realizar o que os médicos chamam de diagnóstico diferencial. E possivelmente o seu filho necessitará também de acompanhamento psicoterápico, isto é buscar o apoio de um psicólogo.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  4. Edinéia Ramos 22 de agosto de 2016 às 17:42 - Responder

    Olá! sou mãe de um menino que logo fará 10 anos. Ele foi diagnosticado com TDHA e Transtorno de humor com 6 anos e desde então o trato com psiquiatra e psicóloga, os medicamentos não têm ajudado muito e já foram trocados por diversas vezes. Ele bate nos colegas por nada, se não me vê onde o levo fica muito ansioso e causa transtornos, chuta crianças pequenas, derruba as coisas propositalmente ou joga, em casa já quebrou 3 tvs e outras coisas, na escola às vezes acontece de usan querer algo que alguém esteja usando, ele vai e pega(mesmo que ele queira somente mostrar algo) ele não pede ou se pede vai pegando sem o consentimento. Levei-o à academia para fazer uma aula experimental de jiu jitsu e tive de sair. Quando voltei me relataram que chutou o carrinho de boneca de uma menina de 2 anos, que espalhou coisas de cima do balcão, bateu porta e ficou muito agitado, não parava, acalmando-se somente quando cheguei. Ele consulta com profissionais há 4 anos e já trocou medicamentos por diversas vezes e nada resolve. Socorro, ele não poderá mais ficar na escola e a academia também não o aceitou. Já não sei mais o que fazer.

    • Equipe Abrata 1 de fevereiro de 2017 às 11:07 - Responder

      Olá Edinéia.
      Encaminhamos a sua mensagem a um voluntário para respondê-la apropriadamente.
      Aguarde, por gentileza.
      Abs.
      Equipe ABRATA

  5. Emilly Carvalho 16 de janeiro de 2017 às 18:51 - Responder

    Bom,eu tenho uma prima de dois anos apenas,na qual,durante a gestação da mãe, ela tinha uns 8 meses,e o pai com raiva, socou a barriga, tentando matar-la, mas ela resistiu, e desde q ela teve seu irmão de 4 meses, não é mais considerada bebê dentro de sua casa, não tem muita atenção, carinho, amor,e dedicação do seu bem-estar, minha mãe sempre busca ela, pra dar a ela o que ela não recebe em seu domicílio, carinho, amor, atenção, e ensinamento por conversa, e em certos momentos,ela está feliz,Alegre,e em torno de uns 5 segundos, começa a fazer biquinho, segurando o choro,e limpando cada lagrimais q desce com a mãozinha,ela já ouviu falar da covardia do pai, porém ela é muito inteligente,mentalidade criança grande, e mentalidade de uma criança de dois anos, resumindo,apesar de tantas coisas boas q damos a ela, ela em um segundo,muda o humor,não sabemos se é saudades da mãe, ou sei lá, não fazemos idéia, espero q eu possa obter uma resposta! 😉

    • Equipe Abrata 22 de janeiro de 2017 às 23:08 - Responder

      Olá Emily

      Queremos muito ajudá-la e agradecemos os contato. A sua prima, de acordo com o seu relato, ainda é uma bebê de dois apenas e está inserida num ambiente familiar de conflitos. Apesar de vc e da sua mãe darem aconchego e carinho, ela parece sentir a mudança em sua dinâmica familiar com a chegada do irmão. O ideal será que a mãe desta criança busque a orientação e o apoio de um profissional, que poderá ser um psicólogo ou mesmo um pediatra para saber como lidar com sua prima e deixa-la segura do amor e do afeto da mãe, apesar de ter novo bebê me casa. Uma criança de dois ainda depende muito da mãe e a necessita da sua presença, cuidados e carinhos.
      O carinho e afeto que a sua mãe e vc oferecem a ela também também são essenciais para o bem estar desta criança neste momento.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  6. Edna 14 de março de 2017 às 17:37 - Responder

    Boa tarde! Meu filho tem 6 anos e tem mudanças de comportamentos na escola. Bate nos amigos quando segundo ele o pertubam. A professora fala que tem dia que ele não realiza as tarefas. Isso seria sintomas de bipolaridade infantil?

    • Equipe Abrata 15 de março de 2017 às 10:02 - Responder

      Prezada Edna.

      Para ajudar crianças com transtornos mentais não diagnosticados, pesquisadores lançaram uma lista de 11 sinais fáceis de reconhecer que podem ser usados como um alerta pelos pais e outras pessoas da comunidade.

      A lista se destina a ajudar a fechar uma lacuna entre o número de crianças que sofrem de doenças mentais e aquelas que realmente recebem tratamento para essas doenças. Com ela, os pesquisadores esperam que os pais distingam entre comportamentos normais da infância e verdadeiros sinais de doença mental.

      Entre os sinais, estão:
      — sentir-se triste ou “se fechar” por duas semanas ou mais, o que pode indicar depressão, e medos intensos ou preocupações que atrapalham atividades diárias, o que pode indicar um distúrbio de ansiedade.

      Estudos sugerem que três em cada quatro crianças com distúrbios de saúde mental, incluindo déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios alimentares e transtorno bipolar, passam despercebidas e não recebem os cuidados de que necessitam.

      Pais que perceberem qualquer um desses sinais em seus filhos devem levá-los para ver um pediatra ou profissional de saúde mental para uma avaliação psiquiátrica.

      A identificação de um transtorno psiquiátrico no início da vida também irá permitir que as crianças recebam tratamento mais cedo, o que provavelmente irá torná-los mais eficazes.

      A lista foi criada por um comitê que analisou vários estudos de saúde mental, envolvendo mais de 6.000 crianças. Eles garantem que os sintomas na lista podem identificar a maioria das crianças com certos distúrbios de saúde mental.

      Os 11 sinais de alerta são os seguintes:

      • Sentir-se muito triste ou “se fechar” por duas ou mais semanas;
      • Tentar se ferir ou se matar, ou fazer planos para isso;
      • Medo súbito esmagador sem razão, às vezes com coração acelerado ou respiração rápida;
      • Se envolver em várias lutas, usando uma arma, ou querer ferir outros;
      • Comportamento fora de controle grave, que pode chegar a machucar a si mesmo ou outros;
      • Não comer, vomitar ou usar laxantes para perder peso;
      • Preocupações ou medos intensos que atrapalham atividades diárias;
      • Extrema dificuldade em concentrar-se ou permanecer quieto, o que o coloca em perigo físico ou causa insucesso escolar;
      • Uso repetido de drogas ou álcool;
      • Grave humor que causa problemas em suas relações;
      • Mudanças drásticas no seu comportamento ou personalidade.

      Esses sinais formam um “perfil” e não são em si diagnósticos específicos. Para diagnósticos precisos, os pais devem procurar ajuda de um profissional de saúde.

      Para evitar o alarme potencial de pais, que podem diagnosticar transtornos mentais onde eles não existem, os pesquisadores disseram que projetaram a lista para ser conservadora. Ou seja, estes sinais não serão evidentes em todas as crianças que tem um distúrbio de saúde mental. Dos 15% dos jovens que se estima que tenham doença mental, os perfis vão identificar cerca de 8%.

      Você pode eventualmente procurar um psiquiatra infantil para avaliar o seu filho.

      Um grande abraço.
      Equipe ABRATA.

  7. Laura Cristhina Ávila Ferreira Borges 21 de março de 2017 às 08:08 - Responder

    Olá! Sou mãe de uma menina de 11 anos, que aos 7 anos obteve um diagnóstico de transtorno opositor desafiador. Na época, não concordei com o laudo pois o mau humor e a irritabilidade descontrolada dela era apenas no âmbito familiar. Não havia problemas na escola ou em suas interações sociais. Hoje percebo um mau humor mais acentuado, com alguns momentos de euforia em determinadas horas do dia, uma certa frieza e irritabilidade que às vezes é tão intensa que ela tem crises de choro. Quando pergunto porque está chorando ela responde que não sabe. Dois detalhes importantes: ela tem distúrbio de alimentação (seletiva), e eu sou portadora de Transtorno Bipolar Afetivo, diagnosticado há 4 anos. Será que ela é bipolar?

    • Equipe Abrata 22 de março de 2017 às 08:59 - Responder

      Prezada Laura.

      É muito importante que a sua filha seja consultada por um médico psiquiatra especializado em crianças e adolescentes para que
      o diagnóstico seja apropriado aos sintomas que ela apresenta.
      Os jovens que apresentam frequentes variações de humor, que vão da tristeza à alegria extrema, que se irritam com facilidade,
      envolvendo-se em constantes brigas e discussões com seus pais, professores e colegas de escola,e outros sintomas, podem ter o transtorno bipolar.
      O tratamento envolve alguns profissionais. Além do psiquiatra infantil, é fundamental o acompanhamento de psicoterapia, porque
      auxiliará na aceitação da doença e na adesão ao tratamento.
      A escola deve ser avisada caso a medicação em uso provoque sonolência, que justificam as possíveis cochiladas em sala de aula.
      Os pais e os profissionais que acompanham os jovens devem solicitar à escola a elaboração de um projeto educacional individualizado, que possa
      garantir ao aluno um aprendizado ideal e de acordo com as suas condições psiquiátricas.

      Um abraço.
      Equipe ABRATA.

  8. Elizeth Freitas 4 de abril de 2017 às 18:48 - Responder

    Boa noite
    Esse ano estou com uma aluna muito agressiva, não aceita limites, regras, não quer fazer as tarefas, grita com qualquer situação em sala de aula, mesmo não sendo com ela.
    Estou muito preocupada com ela, pois em qualquer momento que ela é confrontada, não aceita e a raiva é espantosa em seus olhos.
    Nunca tinha visto alguma criança desse jeito. Um momento está tudo bem e, em outro gritando e exalando ódio pelo olhos, e no semblante.
    Pelo que sei a família já levou ao psicólogo e neuro onde não constatou nada clínico na criança, ela faz o terceiro ano pela terceira vez e tem um dificuldade de aprendizagem e atenção muito forte.
    Não sei o que pensar, pois a família alega que não tem nada clinico.

    • Equipe Abrata 4 de maio de 2017 às 09:54 - Responder

      Oi Elizeth.
      Caso difícil para escola.
      Como são poucos os dados vou dar uma resposta genérica.
      Tem vários pontos: a idade que, pela repetência, ela já deve ser pré-adolescente.
      Tem a própria repetência por 3 anos.
      E tem o comportamento.
      Assim, minha sugestão é conversar com a família e solicitar uma reavaliação neuropsicóloga e psiquiátrica para poder entender melhor o caso.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  9. Jussara Souza 4 de maio de 2017 às 18:12 - Responder

    Olá! Tenho uma filha de 11 anos, ela muito precoce para idade, apresentado comportamento que me deixa muito preocupada desde os 9 anos ela foi avaliada na escola e é acompanhada devido a algumas atitudes, como falta de interesse pelas atividades apresentadas em sala pelos professores, inclusive os deveres de casa, resistência ao não, irritabilidade, agressividade, interesse para namorar que, para idade é muito precoce. Em casa, no convívio familiar, tem muita dificuldade em aceitar as regras e as ordens. Isso nos preocupam muito, já fiz acompanhamento com psicólogo e vou voltar a fazer o acompanhamento. Ela pode ter algum transtorno?

    • Equipe Abrata 13 de maio de 2017 às 12:58 - Responder

      Olá Jussara.

      Procure um psiquiatra infantil para diagnosticar a sua filha e, eventualmente, prescrever o tratamento medicamentoso adequado.
      Somente o médico psiquiatra pode avaliar os sintomas que você narra em sua mensagem.

      Abs.
      Equipe ABRATA.

  10. Veronica 12 de maio de 2017 às 18:35 - Responder

    Olá, tenho 16 anos, e há poucos meses atrás, comecei a perceber a minha mudança de humor e aquela tristeza, algo muito estranho para mim porque sou uma pessoa que interage muito bem com as demais pessoas e estou animada na maior parte do tempo. Minhas semanas começaram a sere iguais, acordava bem, ia para escola, quando eu chegava eu dormia e quando a noite ia chegando, eu começava a me sentir deprimida, para baixo, minha concentração para tarefas da escola não são mais as mesmas. Lembro-me de que há dois anos atrás eu tive a mesma coisa só que não muito forte. E isso ocorreu quando me descobri homossexual. Gostaria de saber se, por já ter tido isso antes e agora estar voltando, é algum transtorno ou se apenas tem a ver com a adolescência.

    • Equipe Abrata 13 de maio de 2017 às 11:44 - Responder

      Cara Veronica.

      A sua percepção é bastante aguçada e é muito importante que esteja reconhecendo que algo não está bem com você.
      Dessa maneira, sugerimos que consulte um psiquiatra especializado em transtornos afetivos – depressão e transtorno bipolar
      em crianças e adolescentes.

      Para mais informações, postamos um artigo muito interessante que pode ajudá-la, até porque a linguagem utilizada pelo
      dr. Drauzio Varella é bem coloquial.

      DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA.
      Drauzio Varella.

      A depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar.

      DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO.

      De acordo com a “American Psychiatric Association”, um episódio de depressão é indicado pela presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas:

      * Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia;

      * Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos;

      * Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo);

      * Insônia ou hipersônia;

      * Agitação psicomotora ou apatia;

      * Fadiga ou perda de energia;

      * Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade;

      * Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza;

      * Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida.

      Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses. Durações mais longas, no entanto, podem ocorrer em casos associados a outras patologias psiquiátricas e em filhos de pais que também sofrem de depressão.

      A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos.

      Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, idéias de grandeza e comportamentos de risco.

      Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes.

      Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira infância também aumentam o risco.

      É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem que os pais estejam esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas.

      A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos e parece dar resultados melhores do que outras formas de psicoterapia.

      Por meio dela, os especialistas procuram ensinar aos pacientes como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar as relações interpessoais, identificar e modificar padrões cognitivos que conduzem à depressão.

      Publicado em 14/04/2011.

      Em nosso site, facebook e blog você encontrará mais esclarecimentos.

      Um grande abraço.

      Equipe ABRATA.

  11. Otavio Augusto Coelho 24 de outubro de 2017 às 15:50 - Responder

    oi..
    tenho transtorno bipolar e quando percebi isso era tarde demais.. acabei matando minha tia e agora minha familia é contra eu ainda

    • Equipe Abrata 25 de outubro de 2017 às 10:37 - Responder

      Caro Otavio.
      Desconhecemos as razões pelas quais você tomou a atitude descrita. Sabe-se que o transtorno bipolar deve ser tratado com medicamentos e psicoterapia
      para dar resultados positivos.
      Uma pessoa com transtorno bipolar pode acabar em situações de perigo de vida. Nos episódios depressivos ela pode ficar deprimida a ponto de
      ter ideações suicidas. Em contra-ponto, no momento de euforia ela pode se sentir tão bem e não tomar alguns cuidados básicos de segurança pessoal.
      Há também o estado de euforia em que individuo pode ficar agressivo, o que pode lhe conferir alguns outros perigos.
      Sendo extremo, pode-se dizer que o individuo com transtorno bipolar pode suicidar-se no momento depressivo da psicopatologia, assim como pode perder
      a vida no episodio eufórico, por acabar menosprezando ou não dando importância a alguns riscos. Neste sentido, se o episodio eufórico apresentar
      um comportamento agressivo em conjunto, o individuo poderia chegar a matar outra pessoa, talvez por acabar entrando em uma briga e acabar se excedendo.
      Seja como for, mantenha o acompanhamento médico frequente e contínuo. É uma condição imprescindível para ficar estável. E quem sabe, assim, seja
      possível reatar com a sua família.

      Um abraço
      Equipe ABRATA

  12. Wellington 18 de outubro de 2018 às 14:06 - Responder

    olá tenho uma irmã de 16 anos que está dando muito trabalho pois foi diagnosticado transtorno de humor bipolar maniforme, ela tem todos o sintomas e não quer tomar os remédio é nem ir nas Consultas,é ainda quer sair pra usar maconha..que deixa ela mais confusa ..por isso a mantemos trancada dentro de casa ..mas ela fica agressiva muitas vezes , fala coisas de religião..não nos da sossego , já pulo da laje uma vez ..não estamos sabendo lidar ..a família toda já está cansada e ela está muito agressiva . temo por ela andar sozinha ,peço ajuda de vcs pela amor de deus ..pois já não sabemos o que fazer.

    • blogabrata 9 de fevereiro de 2019 às 13:13 - Responder

      Olá Wellington

      Às vezes, é necessário procurar medidas mais severas para assegurar a vida do portador e dos seus familiares.
      Pense na internação psiquiátrica.
      Abs.
      Equipe ABRATA

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