Depoimento de um portador

Olá leitores do Blog ABRATA!
Gostei desse espaço. É acolhedor.
Ler o post do depoimento do Marco Campos Porto e comentários foi de uma grande valia para mim. Fez com que eu sentisse que a minha situação não é única e irreal.

Minha história.

Por Jose Gad

Foi uma médica que indicou-me este site, após saber que sofro de Transtorno Afetivo Bipolar. Ela já vinha me acompanhando, pois estava precisando de remédios para dormir.
Os últimos doze meses tem sido muito chocantes para mim.
Venho de uma tentativa de suicídio há 8 meses, precedido de um pedido de divórcio.
Ha exatos 12 meses, sob o clima de copa do mundo, tive uma mudança brusca de comportamento. Semanas antes havia feito uma viagem ao Nordeste e tudo parecia ter sido muito bom. Mas do nada fui fechando-me… ao ponto de ficar iracundo e voltar da viagem quase emudecido. Apesar do local ser paradisíaco, minha vontade era somente de voltar pra casa e ficar no meu quarto.
Ao chegar, estava decidido que precisava divorciar-me.
Era a terceira vez em menos de 2 anos. Sendo que em 2010 eu já havia feito o mesmo, em plena chegada do nosso primeiro filho.
Para mim nada mais tinha sentido, e passava horas pensando em uma forma de dar fim à minha vida. Até que um dia decidi que era o momento…
A tentativa de suicídio foi um choque para a maioria, mas não era a primeira vez.
Em 2003 eu tinha dado início a essa mania que se tornaria algo comum em meus pensamentos.
Devido às constantes mudanças de humor e os repetidos atos de separar/voltar… os sentimentos que minha esposa nutria por mim estavam minguados, e o  que restou foi somente a sensação do “costume de estar junto”. O ato pratico então, só complicou mais a convivência.
Minha família insistiu para que eu procurasse um profissional e então eu cedi.
Fui diagnosticado como estando em depressão crônica, e passei tomar alguns medicamentos. Foram várias idas e vindas do consultório, e em todas elas, com  exceção da primeira, eu ia sozinho. Em parte, porque não queria… não confiava, e porque só podia pedir para minha esposa.
Foram 7 meses sendo tratado com psicotrópicos visando somente a depressão.
Mas aconteceu que o primeiro médico que iniciou meu tratamento aposentou-se, e foi no segundo, que ao primeiro contato, afirmou-me que eu era portador do transtorno afetivo bipolar.
(…)
Quando eu cheguei em casa e dei a notícia, minha esposa soltou um deboche… tipo “ah, ah… já haviam me dito que tu era isso mesmo. Putz”.
Diante do meu silêncio e apos ter me afastado… parece que a “ficha dela caiu”, e então mais tarde, pediu-me desculpas, via “WhatsUp”…
Mas não a culpo.
Primeiro ato.
De início, ninguém aceitou bem esse diagnóstico.
Nem eu, nem minha família, nem os  amigos. “Não pode ser! Como assim, TAB? O que realmente é isso? Por quê? Você é tão inteligente, etc, etc, etc!”
Segundo ato.
Começaram as chacotas com a minha cara.
Uma cena bem marcante foi de alguém que me disse que “me convinha ter esse diagnóstico, pois servia de atestado para as minhas idiossincrasias”. Num outro momento, alguém afirmou: “então desse jeito, eu também sou doida”.
Sem contar o desespero de minha mãe… e o sentimento de incapacidade de meu pai…
Minha relação conjugal parece uma onda, com e sem lua cheia.
Minha esposa não consegue lidar comigo. Me acha complicado, instável…
Mas não a culpo.
Certa feita ela disse que “não era médica, e que não tinha estrutura para lidar comigo”. Noutra situação, após eu terminar e querer voltar, ela insistiu que eu deveria “largar o osso… e deixa-la “viver, ser feliz, seguir a vida dela””. “Insistir era perda de tempo”
Agora, neste momento, estamos rompidos, mas convivendo na mesma casa.
Para “aliviar-se, ela saiu no domingo e tomou todas… após um surto noturno que tive”. Mas não a culpo.
Foi então que quase perdi o controle.
Minha mente encheu-se de pensamentos suicidas, violentos… em que até tentei ir para uma delegacia e pedir para que me prendesse, com vistas a não fazer mal a mim ou a outrem. O cumulo foi quando peguei uma garrafa de álcool e intentei trancar-me no carro e incendiar-me… Mas a ideia de sofrimento… fez-me parar, e entrei em crise de choro…
Sabe, as vezes eu penso que não existe saída, nem uma solução. Na maioria dos momentos tudo parece levar a crer que estou fadado a viver para sempre assim, e morrer sozinho. Pois… ninguém é obrigado a submeter-se a uma “vida” assim.
Já perdi muito na vida: seja em relacionamentos, bens materiais, vida profissional, educacional. Muitos sentimentos de culpas, de perdas.
E tudo parece, e até o é, irrecuperável e/ou irreparável.
Estou em tratamento medicamentoso, ainda em estágio de adaptação.
O Marco citou com propriedade, quando disse que estamos sempre morrendo… mas nada de renascer. Fico pensando se, caso tivesse que escolher, se não teria sido menos traumatizador, ter uma doença mais “normal”, pois a forma como vejo que me tratam, é como se eu fosse… anormal.
Mas já vi parentes com depressão, cardiopatia grave, leucemia, diabetes… e todas são sofríveis. Logo, nem sei o que pensar…
Mesmo com a sensação de achar que possa não haver esperança… Neste lugar, a troca de experiências, os comentários, criam uma “sensação” de que pode haver sim, uma luz.

« Voltar

DESTAQUES

2018-02-02T17:11:47+00:00 20 de julho de 2015|Categorias: Blog, DEPOIMENTOS, Sem categoria|Tags: , , |51 Comentários

51 Comentários

  1. marcia 20 de julho de 2015 às 22:11 - Responder

    compreendo perfeitamente o que ele sente,pois passo por tudo isso,sou chamada de maluca e fingida,que gosto de chamar atenção e por isso tento suicidio. não consigo interagir com ninguém e vivo sofrendo revés financeiro. faço mal aos que amo e principalmente a mim mesma e muitas vezes desejei ter outras doenças que parecem reais,que mostram como sofremos,pois disturbio bipolar é sofrer sem ninguém crer.

    • Equipe Abrata 21 de julho de 2015 às 17:51 - Responder

      Olá Márcia

      primeiramente gostaríamos de Lembra-la que os pensamentos suicidas são temporários. O suicídio é permanente. Não se entregue a pensamentos suicidas, você pode superá-los. Seus sentimentos de desesperança não são a verdade. Quando você se sente assim? Saiba, é a sua doença falando – sua mente está mentindo para você. Lembre-se que os pensamentos suicidas não são realidade. Se você está pensando em suicídio, é importante reconhecer esses pensamentos pelo que eles são: expressões de uma doença crônica tratável. Eles não são verdadeiros e não são culpa sua. Não deixe o medo, vergonha ou constrangimento se interporem no caminho da sua comunicação com o seu médico, terapeuta, família ou amigos, fale com a alguém imediatamente.
      Você é a pessoa mais interessada na sua melhora e deve sempre se lembrar de que tem uma doença, mas não é uma doente. Isto a torna co-responsável pelo sucesso do tratamento e deve buscar ter a participação ativa no processo terapêutico como um todo. É extremamente importante manter a rotina do seu sono, dormir e levantar sempre no mesmo horário. Mudanças no padrão do sono são fortes indutores de oscilações do humor e evitá-las fortalecerá seu equilíbrio. Discuta com seu terapeuta se houver problemas para dormir ou se tiver que permanecer acordado. Não utilize álcool e drogas, porque estas substâncias causam desequilíbrio no funcionamento do cérebro. Freqüentemente provocam alterações do humor e do ânimo e interferem diretamente no tratamento. Evite tomar drinques para “melhorar o ânimo” ou “ajudar no sono”, porque só podem piorar. Evite o uso diário de café, drinques, alguns chás, antialérgicos, antigripais e analgésicos, que podem interferir no sono, no ânimo e nos seus medicamentos. Pode ser a “gota d’água” para o início de um novo episódio da doença.
      Abraços
      Equipe ABRATA

    • José Gad 23 de julho de 2015 às 11:53 - Responder

      Prezada Márcia.

      Pois é.
      É impactante o que ouvimos.
      Ainda mais quando parte daqueles que são íntimos.

      Mas como eu afirmei, surgiu uma luz.

      Trevas não dissipa trevas. Somente a luz dissipa as trevas.

      Então estou me agarrando a coisas mais vivas, mas amigas.
      É importante valorarmos esse presente que temos, chamado vida.

      Foram décadas sendo subjugado por um processo, por um distúrbio.
      Mas eis que surgem pessoas como as que vem a esse Blog, e aí a gente começa a ver tudo por um outro prisma. Que compreendem, são solidárias, e melhor, estão aqui para ajudar-nos.

      Há luz esperança para nós.

      Abraco.
      José Gad.

  2. Angela Sales 20 de julho de 2015 às 22:28 - Responder

    SEI BEM DO QUE SE TRATA, PASSEI POR TODOS ESSES MOMENTOS DE ANGUSTIA E SOLIDÃO, FORAM 20 ANOS DE TRANSTORNO ATÉ ME DAREM UM DIAGNÓSTICO, MAS HOJE JÁ CONSIGO ME CONTROLAR E VIVER UMA VIDA NORMAL ACREDITE PRINCIPALMENTE EM VOCÊ E SAIBA QUE VOCÊ NÃO NASCEU ASSIM, POR ALGUMA CAUSA SEM EXPLICAÇÃO A GENTE FICA ASSIM. AS PESSOAS QUE NÃO TEM DISTÚRBIO BIPOLAR NÃO COMPREENDEM E NÃO SABEM COMO É DIFÍCIL VIVER , MAS SE ACEITAR ASSIM É O PRIMEIRO PASSO PRA TER UMA VIDA MELHOR, ACEITANDO SUAS LIMITAÇÕES SEM SE PREOCUPAR COM A OPINIÃO ALHEIA, JÁ É UM COMEÇO PRA MELHORAR.

    • Equipe Abrata 21 de julho de 2015 às 17:45 - Responder

      Prezada Angela

      Agradecemos o seu contato e as palavras enviadas. O apoio e a manutenção da esperança é essencial para atingir a estabilização por meio do tratamento.
      Abraços
      Equipe ABRATA

    • José Gad 23 de julho de 2015 às 11:40 - Responder

      Oi Ângela.

      Obrigado pelo incentivo e troca de experiência.

      Para mim tem sido um processo de aprendizado diário, no qual obtenho cada vez mais maturidade pra lidar comigo e com o próximo.

      Obrigado.
      José Gad.

  3. Paulo Roberto machado 20 de julho de 2015 às 22:32 - Responder

    Boa noite, minha esposa também é bipolar,ela me diz inúmeras vezes coisas como as que VC relata,estes sentimentos, me sinto impotente diante das crises,eu a amo com toda a minha energia,hoje a 10 anos juntos sendo que só a 4 temos este diagnóstico, lido um pouco melhor,entendendendo e respeitando os momentos de crise, torço para que possamos ter um tratamento eficaz a esta doença, principalmente a nós pobres pois chega a ser desumano a forma que ela é tratada,nós família de tab adoecemos junto,porém estarei ao lado de minha esposa para sempre por mais que em várias situações pense em desistir!
    Força amigo e obrigado por dividir seus sentimentos,VC me ajudou muito hj.

    • Equipe Abrata 21 de julho de 2015 às 17:44 - Responder

      Caro Paulo Roberto

      Muito importante a sua mensagem, para evidenciar o apoio do familiar, neste caso o cônjuge.
      Se vc reside em SP, aproveitamos a oportunidade e lhe convidamos para participar do Grupo de Apoio Mútuo aos familiares e portadores. Traga sua esposa. São grupos separados. Eles acontecem na terça, quinta e sábado. Faça a sua inscrição, primeiro para o Grupo de Acolhimento pelo telefone (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às 17h.
      No site da ABRATA vc também poderá baixar o livro em PDF – Manual para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar. Além de informações sobre a doença e traz muitas dicas sobre como lidar com o portador em diversas situações. Link: https://www.abrata.org.br/new/folder.aspx
      Abraços
      Equipe ABRATA

    • José Gad 23 de julho de 2015 às 11:35 - Responder

      Olá Paulo.

      Perseverar sempre e nunca desistir de si nem so próximo.

      O amor cobre multidão de imperfeições.
      Sua dedicação e amor é e será sempre determinante na vida de sua esposa.

      Sua lida demonstra que não devo desistir de mim mesmo, mas sempre acreditar que há sempre alguém que pode fazer a diferença.

      Abraço.
      José Gad.

  4. Cristiane 21 de julho de 2015 às 07:38 - Responder

    E há uma luz, pode acreditar. A fase de adaptação vai passar e a vida será outra. Lógico que seria muuito melhor poder contar com os familiares mas infelizmente é preciso se munir de conhecimento e informações pra saber lidar e nem sempre estão dispostos.

    • Equipe Abrata 21 de julho de 2015 às 17:41 - Responder

      Prezada Cristiane
      Agradecemos o seu contato e palavras.
      Abraços
      Equipe ABRATA

    • José Gad 22 de julho de 2015 às 23:18 - Responder

      Olá Cristiane.

      É esse tipo de feedback que nos ajuda a acreditar que não estamos no caminho errado, e que há pessoas que se importam.

      Ver gente como a gente encontrando soluções e dividindo experiências faz sentir-me inspirado e seguir avante.

      Obrigado pelas palavras de apoio.

      José Gad.

  5. R. Moreno 22 de julho de 2015 às 22:06 - Responder

    Oi José.
    Oi portador de TAB, de depressão, associados ou não a transtornos de ansiedade. Oi familiares de alguém com TAB.

    É tão estranho ler esse texto, feito de memórias e pensamentos tão tristes, e me sentir um pouco melhor. Contrariando o que se acredita, faz muito bem ouvir e também falar sobre fracassos, tristezas, perdas. Eu sinto muito por você ter passado por tanto. Por sentir tanto medo, tanto ódio e tanta “tristeza”. Essa “tristeza” que não pode ser chamada assim, já que esvazia qualquer todas as emoções e murcha qualquer sentimento.
    Me pergunto todo dia se há algo de errado comigo. Fico tentando entender o que meus amigos sentem. O que sentem quando gostam de alguém? Eles acreditam mesmo em algum elogio? Quando estão em algum relacionamento, como não pensam em como será quando terminarem? Como podem gostar de ir em alguma festa com tanta gente? Como não querem sumir quando tem alguma discussão com alguém?
    É estranho porque se meus melhores amigos me perguntam porque faço estas perguntas não posso dizer que não entendo, ou mesmo que eu sinto quando isso acontece comigo: estou mentindo, se fizer isso. Estou exagerando. Onde eu vivo, não há problema com a loucura. Ela é aceitável. Mas há o problema da fragilidade. Não se pode ser mais frágil do que os outros, você tem que aguentar tudo, na mesma quantidade que todos. Mas eu não posso. Sou diferente. Sou mesmo?
    Eu só queria parar de pensar tanto.

    • Equipe Abrata 23 de julho de 2015 às 13:42 - Responder

      Caro R. Moreno

      Apesar das mazelas da vida o essencial será sempre buscar a esperança, mesmo que seja por meio da leitura de um texto depoimento que relata com muita realidade, franqueza, coragem, sinceridade e sensibilidade os momentos de sofrimentos e dores.
      Grande abraço e agradecemos o seu depoimentos.
      Equipe ABRATA

  6. Simone 27 de julho de 2015 às 12:47 - Responder

    Olá José….
    Nossa, tomei sua situação para mim.
    Também fui diagnosticada com TAB, já tive que me afastar do trabalho e entrar em licença saúde. Também já tentei suicídio.. Tenho 2 filhos lindos, mas não tenho um relacionamento pois sou incapaz de manter um. Vivo trocando de empregos e minha vida financeira é uma baderna. Tenho no momento vários empréstimos(faço um pra pagar o outro), tenho um problema elevadíssimo com consumismo, gasto demais e não consigo administrar minha vida.
    Ainda hoje pensei, que , aos 32 anos e mãe de uma adolescente, ainda não tenho nada que possa dizer que é “meu”, nem uma casa, nem um carro, nada além de uma geladeira que parcelei em 10x. Ganho um bom salário mas não consigo viver com ele.
    Minha família debocha, uma tia certa vez riu da minha cara e disse que isso é bobagem.. As pessoas acham que sou “senvergonha” e que TAB…Nossa isso é uma enrolação de quem quer aprontar e precisa de desculpa.
    Em casa me tornei neutra e baixo a cabeça para minha mãe, com quem convivo, pois caso contrário, nossa convivência pega fogo.
    Sou frustrada, infeliz, gasto 5x mais do que ganho. Finjo ser normal, ultimamente tenho tido vontade de sumir. As vezes penso em morrer, mas penso que meus filhos não aguentariam.
    Senti muito sua dor…e compartilho dela… Saiba que não está só… Tenho vivido dias e noites tensas, as vezes em surtos de “alegria” e rapidamente evoluem para desesperos de “tristezas.”
    Talvez um dia encontre o tratamento certo, diante de todos que já fiz e desisti… e nenhum me levou a lugar algum…
    Esta semana tenho uma nova consulta… Mas sou integralmente incompreendida. Ninguém acredita na minha doença, todos me julgam e me criticam. “Você tem que tomar jeito na vida, arrumar um casamento,parar de gastar e ficar em um emprego por 10 anos.” Essa é a frase mais comum da minha família… Triste, muito triste.
    Abraços.

    • Equipe Abrata 3 de agosto de 2015 às 22:31 - Responder

      Prezada Simone

      Muitas vezes a nossa vida não segue os caminhos que desejamos, imaginamos ou idealizamos. A realidade do dia a dia as vezes pode ser mais dura e mais difícil, principalmente quando surge a necessidade de conviver com uma doença crônica, muitas vezes incompreendida por nossos entes queridos.
      Em primeiro lugar, deixe-nos expressar a nossa empatia com a dor que você tem experimentado no seu dia a dia. A depressão e o transtorno bipolar muitas vezes começam como uma ferida invisível, e você, como muitos outras pessoas, descobriram que ela pode levar a uma ferida visível. Em segundo lugar, deixe-me felicitá-lo em busca de apoio com um médico sobre o que fazer a seguir. Buscar a estabilidade, apesar da doença, vão ajudá-la a começar a ganhar o controle do si mesmo e da sua vida, ao invés doença manter o controle sobre você, sobre os seus pensamentos, sentimentos e ações. Em terceiro lugar, sugerimos que busque um diálogo sobre a dor que sente, e de que necessita de apoio e ajuda para superar uma doença que em alguns momentos limita a sua vida.
      A depressão e o transtorno bipolar tendem a ser de natureza episódica. Estas doenças são tratáveis, mas ainda não pode ser curada. O objetivo do tratamento deve ser para controlar, estabilizar os sintomas da doença, diminuir a gravidade de episódios depressivos e maníacos e recaídas para manter um nível de qualidade de vida. E nestas situações, infelizmente as relações importantes poderão ser frequentemente danificadas ou tensas, como resultado da depressão ou da bipolaridade.
      O uso da medicação de acordo com o prescrito pela médico deve ser obedecido. Saiba de que nada adianta o médico prescrever o remédio se a pessoa não tomá-lo. A educação do portador e da família sobre a doença, suas conseqüências e seu tratamento é crucial para aceitar a doença e perder o preconceito.
      Vc será muito bem-vinda para participar das atividades da ABRATA, caso resida em SP. Para participar do Grupo de Apoio Mútuo aos portadores, será necessário fazer a sua inscrição. Eles acontecem na terça, quinta e sábado. Faça a sua inscrição, primeiro para o Grupo de Acolhimento pelo telefone (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às 17h. E após passar pelo Grupo de Acolhimento, porta de entrada para as atividades da ABRATA, vc fará a sua inscrição para um Grupo de Apoio Mútuo para portadores. Também convide a sua família.
      Grande abraço
      Equipe ABRATA

  7. Cintia 29 de julho de 2015 às 11:21 - Responder

    Boa tarde amigos da ABRATA! Sou bipolar e acompanho sempre os artigos, histórias e demais conteúdos do site. Considero tudo muito interessante e importante. A história do José Gad se parece muito com a minha e de muitos bipolares por ai, é tocante, forte, intensa, comovente… Sinceramente, se eu pudesse escolher, ainda que goste da minha inteligência e rapidez de raciocínio jamais seria bipolar. pois ninguém entende, querem distância de mim por isso,… Força, coragem e perseverança a todos nós!!!

    • Equipe Abrata 3 de agosto de 2015 às 22:41 - Responder

      Prezada Cintia

      Agradecemos o seu relato. Relatos como o seu são essenciais para levar uma mensagem de força, coragem e esperança.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  8. Thyago Serrão Almeida 29 de julho de 2015 às 11:47 - Responder

    Não sei se posso ter uma palavra confortante. Também sou portador de transtorno bipolar e não sei mais o que fazer. Surfo nas emoções com disse no post anterior o outro escritor. Tenho acompanhamento médico-psicológico, mas me sinto um fracassado diante de tudo o que ocorre comigo. Hoje estou deprimido. Quero morrer (que patético). A pergunta que me faço é por quê viver? O para quê eu sei responder, entrementes o por quê, não. Queria ter a coragem para acabar com tudo. Contudo não tenho e nem tenho essa mesma coragem para enfrentar a vida.

    • Equipe Abrata 3 de agosto de 2015 às 22:40 - Responder

      Caro Thiago

      Respondemos a vc com as mesmas palavras que dirigimos a outro leitor.
      Pensamentos suicidas são temporários. O suicídio é permanente. Não se entregue a pensamentos suicidas, você pode superá-los. Seus sentimentos de desesperança não são a verdade. Quando você se sente assim saiba, é a sua doença falando – sua mente está mentindo para você. Lembre-se que os pensamentos suicidas não são a realidade. Se você está pensando em suicídio, é importante reconhecer esses pensamentos pelo que eles são: expressões de uma doença tratável. Eles não são verdadeiros e não são culpa sua. Não deixe o medo, a vergonha ou constrangimento se interporem no caminho da sua comunicação com o seu médico, sua família ou amigos, fale com a alguém imediatamente. Diga a uma pessoa de confiança da sua família, um amigo ou outra pessoa de apoio, alguém que você possa falar com sinceridade e confiança. Tente não ficar sozinho quando você se sentir dessa maneira. Isso pode significar sentar-se calmamente com um membro da família ou amigo, ir a um grupo de apoio.
      Obtenha ajuda. Informe ao seu médico. Pensamento suicida pode ser tratado. Quando os pensamentos suicidas ocorrem, são o sinal de que, mais do que nunca, você precisa de ajuda de um profissional.
      Que tal entrar em contato com o CVV – Centro de Valorização da Vida. Ligue 141. Sempre terá alguém do outro lado do telefone para falar com vc.
      Grande abraço

  9. Wallace 6 de agosto de 2015 às 19:30 - Responder

    Queridos colegas de luta (nao vejo melhor forma de chamar isto).
    Sou portador de transtorno bipolar do humor e recentemente mesmo depois de várias tentativas de explicar minha doença para meus superiores fui demitido de meu emprego. É o segundo emprego em menos de 5 anos que sou demitido devido a diversas crises de humor que me compeliram a agir de maneiras emocionalmente instáveis e atrair sobre mim o opóbrio, a chacota, a rejeição e muito o mais.
    Mas digo mesmo desempregado, com um filho pequeno pra criar que existe esperança.
    Não somente no uso de medicamentos (que são importantes) mas também no apoio dos familiares, amigos e de organizações como a abrata que descobri hoje, compoem uma rede que só nos auxilia em lidar com esta e outras doenças complicadas e recheadas de pre-conceito.
    Sou solidário a todos os que passam por este tipo de problema, sei que não é fácil, muito sentimento de culpa e remorso procurando enxergar onde falhamos, quando na verdade apesar de outros nao possuirem a mesma doença que nós também são falhos e também lutam contra si próprios diversas. A diferença é que nós somos mais sensíveis e nao temos escolha pois portamos uma doença.
    Não sei até que ponto eu posso entrar nesta questão mas algo em que me apego bastante em momentos de crises é na minha crença inabalavel de um Deus que cuida de mim. Peço desculpas ao pessoal da Abrata caso exista alguma regra ou lei que estou infringindo ao expor meu ponto de vista religioso, mas a fé em Deus tem me ajudado sempre, com ou sem medicamentos.
    Espero que os colegas que como eu estão enfrentando crises, consigam de verdade superá-las.

    Estou feliz de ter encontrado este grupo. Abçs,

    • Equipe Abrata 8 de agosto de 2015 às 15:09 - Responder

      Caro Wallece

      O seu depoimento é muito importante para levar a mensagem de esperança, força e fé para as pessoas vivenciam situação parecida com a sua. A ABRATA não busca nenhum caminho sem vínculos religiosos, repeitamos a religiosidade de todos, e ainda sabemos que os estudos psiquiátricos trazem novo olhar sobre a questão da religiosidade e o tratamento mental. A Associação Brasileira de psiquiatria está tratando do tema e divulgando palestras e vídeo sobre o assunto. Acesse o site da ABP e assista ao vídeo sobre o tema.
      http://www.abp.org.br/portal/?s=tv+abp&submit.x=0&submit.y=0
      Abraços
      Equipe ABRATA

  10. jesiane 7 de agosto de 2015 às 16:08 - Responder

    A forca de vontade e essencial para a recuperação, eu também demorei para mim recuperar de uma depressão, mais graças a Deus e segundo a minha psicologa conseguir mim curar ,sendo que tiver que exercer o fundamental a força e a fé porque tem horas q ela some,mas nunca podemos parar de lutar. Hoje em dia tenho um namorado que sofre com esse transtorno bipolar tá difícil convence-lo a procurar ABRATA, mas não vou desistir de ajudá-lo e ele vai vencer, como eu vencer..Trabalho fabulante este de vocês.

    • Equipe Abrata 8 de agosto de 2015 às 15:34 - Responder

      Jesiane

      A apoio da psicoeducação que são as atividades que a ABRATA oferecem são essenciais para ter uma boa qualidade de vida apesar da presença de uma doença mental. A pessoa terá a oportunidade de ouvir depoimentos de outras pessoas que vivenciam a mesma situação e como fazem para lidar com elas, assim como falr sobre as suas próprias experiências. Vc também como namorada poderá frequentar os grupos de apoio aos familiares.
      Aproveitamos a oportunidade e lhe orientamos como deverá proceder para participar do Grupo de Apoio Mútuo aos familiares e portadores. São grupos separados. Eles acontecem na terça, quinta e sábado. Faça a sua inscrição, primeiro para o Grupo de Acolhimento pelo telefone (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às17h.
      Abraços
      Equipe ABRATA

  11. Amanda 7 de setembro de 2015 às 20:26 - Responder

    O que mais ouço das pessoas que convivem comigo (inclusive irmãos) é: “você tem que se esforçar mais”, “todo mundo é assim, passa por altos e baixos”. A verdade é que ninguém gosta de gente doente. Bom é conviver com quem não dá trabalho, que está sempre sorridente e confiante. A solidão é companheira de quem tem algum transtorno mental. Só conseguimos algum conforto quando encontramos alguém que também sofreu ou sofra como a gente.

    • Equipe Abrata 12 de setembro de 2015 às 22:26 - Responder

      Olá Amanda

      Infelizmente deparamos com familiares ou mesmo amigos que não entendem os sintomas de uma doença como o transtorno bipolar e depressão.São doenças, como dizem algumas pessoas que ” não sangram”. isso quer dizer, não tem como fazer um exame de sangue para confirmar, não tem como fazer uma exame de imagem. Elas são evidenciadas através do comportamento da pessoa, e nesta situação, muitos não acreditam e imagina que “falta esforço” da pessoa melhor. esforço, sempre impossível, por mais que cada de um nós desejamos e queremos superar este momento tão sofrido e dolorido. Mas é muito maior que nós mesmos. Estar com pessoas que possa dizer, ” eu estive lá, sei o que vc está sentindo” de fato é muito bom e confortante.
      Vc será muito bem-vinda para participar das atividades da ABRATA. Para participar do Grupo de Apoio Mútuo para pessoa com depressão e transtorno bipolar, será necessário fazer a sua inscrição. Eles acontecem na terça, quinta e sábado. Faça a sua inscrição, primeiro para o Grupo de Acolhimento pelo telefone (11) 3256-4831 de 2ª a 6ª feira das, 13h30 às 17h. E após passar pelo Grupo de Acolhimento, porta de entrada para as atividades da ABRATA, vc fará a sua inscrição para um Grupo de Apoio Mútuo para portadores. Também oferecemos palestras educativas e encontro entre familiares e portadores.
      Grande abraço
      Equipe ABRATA

      • Amanda 15 de setembro de 2015 às 11:56 - Responder

        Infelizmente não moro em São Paulo. Vocês saberiam me indicar algum grupo de apoio em Belo Horizonte?

        • Equipe Abrata 24 de setembro de 2015 às 15:33 - Responder

          Olá Amanda!Como você não mora em São Paulo, sugerimos que entre no site da Abrata, onde irá encontrar artigos e informações sobre a doença, e traz também muitas dicas sobre como lidar com o portador em diversas situações.Não é de nosso conhecimento, se existe algum grupo na sua cidade.
          O Link é: https://www.abrata.org.br/site2022/?p=1757#
          Abraços!
          Equipe Abrata!

    • José Gad 14 de setembro de 2015 às 01:17 - Responder

      Ola Amanda.
      Você é bem vinda aqui.
      Como eu disse, o acolhimento é instantâneo e não somos “julgados” por sermos portadores de algum transtorno.
      Tente entrar em contato com o pessoal. Será bom.
      Abraço,
      José Gad.

  12. Alex Sandro 11 de abril de 2017 às 18:05 - Responder

    Boa tarde,fui diagnosticado ontem com TAB e confesso que ainda não consegui organizar minha cabeça em relação a tudo isso. Sou casado,tenho uma enteada e uma filha pequena e sei que minha esposa está sofrendo muito,apesar de estar do meu lado o tempo todo,mesmo que às vezes me cobra um comportamento racional onde (pra mim)não existe . Hoje estou em estado de vigiar e policiar meu comportamento,mas sei que sem as medicações não conseguirei ,pois minhas crises se dão diante de problemas mais sérios que me são apresentados .
    Hoje me sinto ao mesmo tempo confiante e ao mesmo tempo temeroso,pois é um comportamento que foge ao meu controle e não quero mais viver em um mundo imaginário que me cega e me afasta dos que amo .

    Existe algum grupo no Rio de Janeiro em que eu possa compartilhar e ouvir experiências a fim de me familiarizar com esse diagnóstico tão recente pra mim?

    • Equipe Abrata 13 de abril de 2017 às 10:12 - Responder

      Prezado Alex.

      O transtorno bipolar é uma doença tratável, e o tratamento adequado envolve medicamentos e psicoterapia. Você terá sucesso
      se seguir a orientação médica à risca porque, com o tempo, os sintomas serão controlados e haverá chance de redução de
      recorrência de crises, controle da evolução do transtorno e redução da intensidade de eventuais episódios.
      Encontramos um endereço no Rio de Janeiro:
      GABrio – Grupo Afetivo Bipolar Rio – Local: Rio de Janeiro.
      Esse grupo é dedicado a portadores, pais, familiares e amigos, profissionais das áreas de saúde e a todos que se interessarem em saber mais sobre o Transtorno de Humor Bipolar.
      Mais informações: (21) 2576- 5198.

      Abs.
      Equipe ABRATA.

  13. Daici 2 de junho de 2017 às 16:54 - Responder

    Não sei por onde começar, a verdade é que meu transtorno foi adquirido geneticamente pois meu pai tem TAB, mas ele nunca se cuidou, minha mãe sempre foi depressiva, quando minha avó estava grávida dela o meu avô morreu., ela sofreu muito na infância. Aí teve a brilhante ideia de se casar com meu pai, alcoólatra, morei com ele até os 15 anos. Ele nos torturava psicológica e fisicamente, era terrível. A primeira vez que fui ao psiquiatra eu tinha 18 anos,hoje tenho 26… E só agora, quase depois de 10 anos, fui diagnosticada com TAB, 10 anos de sofrimento. E que continua pois não há medicações que me façam melhorar… Já tomei várias medicações, tentei várias combinações, enfim, piorei quando comecei trabalhar em um cartório de notas, minha patroa não era nada razoável, e o ambiente me matava, brigas por heranças, vendas de terras. Aí é que a coisa ficou “feia”, comecei a ter surtos psicóticos, adoeci mais ainda, larguei o emprego. Mas não sabia da doença ainda. Agora moramos eu, minha irmã e minha mãe. Aqui parece um manicômio. E não temos dinheiro pra nada. Mas o ponto X da questão é que quando eu tinha 6 anos, comecei a ser violentada sexualmente por um tio e isso só parou aos 12. Fui contar pra minha mãe aos 20, e o pior é que eu tenho que conviver com o desgraçado! Minha vontade é matá lo., já planejei isso inúmeras vezes na minha cabeça. Fico martelando essa tecla, imaginando-me cortando cada membro dele. Mas como não sou assassina, sou uma pessoa de bem que apesar de tudo isso ainda gosto de ajudar as pessoas! As que merecem, claro. Então esse é um pedaço da “minha doce história.

    By

    • Equipe Abrata 12 de junho de 2017 às 08:58 - Responder

      Querida Daici.

      Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer sua generosidade em compartilhar sua história e sua verdade. Isso é muito importante porque, assim como você, milhares de outras pessoas sofrem muito e frequentemente se calam com esse sofrimento, o que só aumenta a solidão, o isolamento, o autoestigma e o sofrimento. Seu relato mostra que as pessoas que têm o transtorno bipolar e têm muitas circunstâncias adversas não estão sozinhas.
      Sabe Daici, infelizmente o início da sua vida não foi generoso com você: além da sua herança genética, a depressão da sua mãe prejudicou a qualidade da maternagem que ela poderia lhe dar e toda a série de abusos que você sofreu dificultam você enxergar o futuro com mais esperança. Também o atraso no diagnóstico, fato que, infelizmente, ainda é muito comum, fez com que você sofresse por muito tempo com os sintomas da doença e isso faz com que sua recuperação demore um pouco mais do que a média das pessoas. Também a convivência com uma pessoa que abusou de você mantém presente uma fonte de grande conflito e estresse.
      Seu desafio é grande, mas não é impossível de superar.
      Em primeiro lugar, você está na ABRATA, ainda que seja só no site. Se puder, venha e frequente as atividades dessa instituição. Por quê? Para você conhecer outros ambientes, ver gente diferente e que tem vontade de ajudar e de ser ajudada, venha para aprender que o mundo pode lhe mostrar coisas diferentes disso que você viveu até hoje e que lhe trouxe só sofrimento. As pessoas que têm um problema comum e que se ajudam criam uma realidade diferente, o grupo pode funcionar como um útero onde cada um pode gestar um jeito novo de ser, um pouquinho de cada vez. Não dá para mudar seu passado, mas dá para mudar seu futuro.
      Além disso, tenha paciência com seu tratamento. Você ficou muitos anos sem diagnóstico correto e sofrendo com toda essa série de fatores de estresse que você nos contou. Não existe medicamento mágico e a estabilização do transtorno bipolar pode demorar, principalmente quando a pessoa está instável há muito tempo. Converse com seu psiquiatra, conte os seus sintomas para que ele esteja bem informado e procure sempre se informar bem sobre o transtorno para que você possa ir aprendendo sobre o que está acontecendo com você. De preferência, procure também uma psicoterapia para te ajudar a lidar com seus problemas, isso não substitui os medicamentos mas completa o tratamento.

      Um grande abraço,
      Equipe ABRATA

  14. MAIRA 9 de julho de 2017 às 14:14 - Responder

    Sempre tive algumas variações de humor, geralmente em momento em que me sinto muito pressionada.
    Fico irritada e desconto em quem estiver por perto.
    Sempre consegui alcançar meus objetivos, vestibular, bolsas de estudo, mestrado, doutorado, mas eram momentos em que eu ficava louca, eufórica, só dedicada a isto e nada mais.
    No trabalho a mesma coisa, dedicação extremada, sempre me comprometendo além dos limites.
    O problema é que tive filhos e casei, no meio de tudo isso. E hoje minhas variações de humor em meio às pressões do dia a dia prejudicam meu relacionamento familiar.
    Minha mãe tem vários problemas, ainda não fecharam um diagnostico, mas está medicada, finalmente aceitou o tratamento, tomando lítio, quetiapina e risperidon, além da terapia. Conseguiu o equilíbrio.
    Na próxima semana irei a um psiquiatra, preciso descobrir se,de fato, tenho algo mais grave, relacionado ao transtorno bipolar.
    Nunca pensei em suicídio, mas tenho momentos de tristeza e de achar que tudo simplesmente vai dar errado, e depois raiva, muita raiva.
    O site é muito interessante.
    Está me ajudando a tentar me entender também.

    • Equipe Abrata 14 de julho de 2017 às 07:10 - Responder

      Cara Maira

      Esperamos que você fique bem. Afinal, você é inteligente o suficiente para aderir ao eventual tratamento após o diagnóstico médico.
      E, se possível, faça psicoterapia.
      Informar-se o mais detalhadamente possível é empoderamento.
      Sucesso, viu?

      Um abraço
      Equipe ABRATA

      • MAIRA 17 de julho de 2017 às 15:30 - Responder

        Obrigada pela resposta. Já iniciei o tratamento. Na verdade o prognostico do psiquiatra e da terapeuta foi um transtorno de ansiedade. Estou tomando um medicamento para melhorar a euforia e estou me sentido muito bem, inclusive produzindo adequadamente.

        • Equipe Abrata 16 de agosto de 2017 às 08:03 - Responder

          Olá Maira

          Agradecemos o seu contato e esperamos que você dê continuidade ao tratamento para melhorar a sua qualidade de vida.

          Um grande abraço
          Equipe ABRATA

  15. anonima 14 de julho de 2017 às 08:34 - Responder

    Olá. bom dia! Conheci um homem e comecei um relacionamento, porém a partir do primeiro encontro, comecei a perceber algo diferente, como mudança de humor constantemente. Tem época que ele some, foge de conversar, me evita. Passados alguns dias e até semanas, ele volta com muita euforia, pensamentos grandiosos como se ele fosse o invencível, o mais inteligente,e pior: não aceita criticas nem sugestão. Teve uma época em que ele apresentou uma ideia que iria invadir o palácio do planalto com 4 pelotões de pessoas… coisas absurdas que uma pessoa normal não faria, percebi também que as crises são frequentes. Eu o amo muito mas a situação esta ficando insustentável. Gostaria de pedir uma opinião sobre tudo isso e o que devo fazer.

    • Equipe Abrata 16 de julho de 2017 às 06:23 - Responder

      Olá anonima

      Agradecemos o seu contato.
      Para ajudá-lo efetivamente, você pode sugerir que procure um psiquiatra. Realce que o relacionamento de vocês não está bom e
      que o acompanhará à consulta.
      Procure conversar em um momento de tranquilidade, isto é, quando ele estiver receptivo.

      Um abraço
      Equipe ABRATA

  16. Anonima 16 de julho de 2017 às 17:32 - Responder

    Muito obrigada pelo contato. Em resposta quero dizer que uma das irmãs dele confirmou o que eu desconfiava. Ele sofre de transtranstorno bipolar desde sua adolescência. Já é acompanhado por psiquiatra há algum tempo. Vou sair fora. A situação está insustentável.

    • Equipe Abrata 17 de julho de 2017 às 05:57 - Responder

      Olá Anonomia
      Agradecemos a sua resposta.

      Abs
      Equipe ABRATA

  17. Thayrio Amorim Rodrigues 6 de julho de 2019 às 13:41 - Responder

    Olá, tenho um relacionamento de quase 5 anos, onde a mãe dela sofre de Transtorno Afetivo Bipolar Tipo 1, no caso dela, só são elas 2 e que geralmente ela não tem ajuda de familiares em tempos de crise. Desde que descobri sobre a doença dela já li vários artigos e depoimentos sobre a doença. E lendo os comentários desse post fica mais claro o quanto quem possui essa doença sofre, na data desse comentário minha sogra estava em crise, segunda crise que participo desde o inicio do relacionamento. Algo que pouco se fala o quanto é triste e sofrido para os familiares também, onde muitas vezes sofrem com a violência física e verbal vinda de uma pessoa querida, sem falar nos gastos e tempos requeridos em tempos de crise. E no caso da minha sogra, não sinto esforço dela em seguir corretamente o tratamento ou procurar algo para fazer quando não esta em crise, se recusando a trabalhar e atá mesmo nos afazeres da casa.

    O que causa uma certa revolta em mim é em ver falta de vontade dela em se ajudar, e facilitar para a filha dela. Sempre estarei disposto a lutar junto com minha mulher para ajudar a mãe dela, só que vejo que o comportamento da mãe dela acaba afetando-a muito negativamente, e tenho muito medo do que isso possa desencadear.

    • blogabrata 7 de julho de 2019 às 09:34 - Responder

      Prezado Thayrio, agradecemos o seu contato.
      É inegável o papel de protagonista da família diante dos entes queridos portadores de transtornos mentais.
      Além do apoio e da disponibilidade para ajudar, são os familiares que discorrem sobre a importância da
      adesão ao tratamento destacando a necessidade de seguir as prescrições médicas para que se alcance a
      estabilidade.
      Seguem algumas sugestões extraída do artigo publicado no site da ABRATA: https://www.abrata.org.br
      “10 dicas para os cuidadores de quem sofre de Transtorno Bipolar.
      O Transtorno Bipolar (TB) foi identificado recentemente pela medicina, há cerca de 20 anos.
      A doença, antes conhecida como psicose maníaco-depressiva, caracteriza-se pela alteração de humor de uma pessoa, que oscila entre episódios de forte depressão e de euforia, também chamada de mania.
      A Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) estima que 1,8 milhões de brasileiros sejam portadores de TB, que se apresentam de diferentes formas. As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que a doença é genética e pode aparecer em crianças e adolescentes.
      A recomendação dos especialistas, nesses casos, é manter-se informado a respeito da doença com médicos e leituras. Compartilhar o problema com outros membros da família também pode ser uma saída.
      Confira abaixo outras 10 dicas que separamos para você saber lidar com o TB:
      Apoie o paciente em momentos difíceis. Mantenha os medicamentos na dose certa e no horário prescrito;
      Seja firme e tenha paciência. Isso porque o relacionamento com o paciente em euforia pode ser desgastante;
      Detecte com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirme que seu papel é auxiliá-lo;
      Fale com o médico em caso de suspeita de ideias de suicídio e desesperança;
      Estabeleça regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania;
      Auxilie a manter boa higiene de sono e programe atividades antecipadamente.
      Não exija demais do paciente e não o superproteja; auxilie-o a fazer algumas atividades, quando necessário;
      Evite demonstrar sinais de preconceito que favoreçam ao abandono do tratamento;
      Aproveite períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria;
      Participe de terapias familiares em grupo, conjugal e orientações psicoeducacionais”.
      Baixe no referido site o Guia para Cuidadores de Pessoa com Transtorno Bipolar.
      Abraços
      EQUIPE ABRATA

  18. Pror 31 de julho de 2019 às 10:03 - Responder

    O meu nome é M, tenho 45 anos, e sou Bipolar. Sim eu sou, tenho mais de 30 assinaturas na minha CTPS, em algumas empresas eu não fiquei nem uma semana, fiz vários cursos, muitos nem terminei e outros ficaram na gaveta, perdi amigos, relacionamentos e familiares, achava-me invencível, entrei em incêndios, e todo o tipo de perigos. Arrumei muita briga, fui despejado inúmeras vezes… Sempre muito inteligente, atendimento e perfeccionista, gastava tudo que tinha e o que não tinha. Nunca entendia o que eu estava fazendo neste mundo, era como se eu não pertencesse a ele, acha que tudo era contra mim, não conseguia sorrir, confiar em alguém era algo de outro mundo para mim… Então começaram as variações de humor com mais frequência, cada vez mais forte, forte ao ponto de eu não, mas saber, o que era real e o que era fantasia…
    Eu já não aguentava mais tudo aquilo, a minha vida não tinha sentido algum, eu achava que eu viver era um empecilho para a felicidade das pessoas quem eu mais amava. No mês de novembro de 2017 passei por uma série de conflitos internos e externos, e isso levou-me há noites sem dormir, então veio o desejo de comprar algo para dormir, um remédio que me apagasse um pouco. Comprei uma caixa de Rivotril. Tomei dois comprimidos e perdi mais de 30 dias da minha vida! Tive na palavra de alguns médicos algo chamado de efeito paradoxal, fiquei internando por 10 dias numa ala psiquiátrica de um hospital público, “Não tenho ideia de nada que aconteceu neste lugar.” Quando de alta em casa, tenho apenas fragmentos de memória, sei apenas que respondi dois processos por lesão corporal dos dias que estive internando!..
    Após alta fui encaminhado para tratamento com psiquiatras, o primeiro nem olhou o meu prontuário e saiu-me enchendo de medicamentos que só me mantiveram dopado. Então através de uma prima cheguei ao D° João, ele leu todo o meu prontuário, fez várias perguntas e diagnosticou-me com
    TBH. Ele salvou a minha vida! Faz 1 ano e 4 meses que me trato com ele, pela primeira vez estou há 16 meses trabalhando na mesma empresa, 2 promoções, nunca mais briguei, discuti, tive desejo de morte. Recuperei o amor e o respeito dos meus filhos e amigos, pela primeira vez posso dizer sou feliz! Como consegui? Não paro os meus remédios por nada, amo a minha família e quero o melhor para elas, quero estar bem para vê-los felizes hoje não deixo a patologia dominar-me, sei que ela sempre estará aqui só esperando um vacilo para me pegar! O Transtorno Bipolar do Humor quase acabou com a minha vida, mas eu sobrevivi! E você?

    • blogabrata 5 de agosto de 2019 às 09:20 - Responder

      Olá Pror, agradecemos o seu depoimento.
      Abs.
      EQUIPE ABRATA

  19. Núbia 31 de julho de 2019 às 19:16 - Responder

    Jamais em toda minha vida achei que pudesse me deparar com o Tab.
    No início desse ano conheci uma pessoa com TAB porém, incrível, inteligente, carinhosa.
    Mas que transformou a minha cabeça numa confusão.
    Como a chave muda completamente do modo “bem” para o “mal” ?!?
    Isso doeu muito e no início não compreendia como uma pessoa tão amável me tratava com tanta indiferença, frieza e sem consideração alguma.
    Li todos os depoimentos, li livros, tenho tentado tudo ao meu alcance para entender o comportamento.
    Mas não consigo entender , ou talvez não consigo aceitar que não exista sentimento.
    Como é possível a pessoa te deletar e depois voltar?
    Fui deletada , bloqueada , excluída, tanto do celular como do convívio após dias alegres e tranquilos “aparentemente “, estou há meses sem o contato dessa pessoa. Sem compreender o gatilho pra isso.
    Única coisa que sei é que ele sempre foi muito honesto em dizer que ele tinha bipolaridade.
    Mas eu não fazia ideia do quando isso nos faz sentir impotentes diante de situações como essa.
    Não sei nem como reagir.
    É uma tristeza,raiva ,misturada com uma preocupação.
    Eu não sei nem como abordar o quanto sofro nesses momentos.
    Me questiono se relatar a quem sofre de Tab é válido.

    • blogabrata 5 de agosto de 2019 às 09:11 - Responder

      Prezada Núbia,
      O Transtorno Bipolar é uma doença e, como tal, necessita de tratamento medicamentoso para que o
      portador se estabilize.
      Os sintomas são vários, como você deve ter lido.
      Assim, é mais razoável que você entenda o que se passa com o seu ex-namorado, visto que um dos
      sintomas importantes é a oscilação de humor e a dificuldade de se relacionar.
      Abs.
      EQUIPE ABRATA

  20. Joana 20 de setembro de 2019 às 23:58 - Responder

    Olá, meu nome é Joana. Estou aqui p contar um pouco da minha convivência com o TAB. Há mais ou menos um ano, o pai da minha filha se mostrou depressivo, estávamos separados havia alguns anos, ele resolveu me procurar pedindo ajuda e eu estive ao seu lado desde então. Passei por muitos momentos difíceis , mas tbm de grande alegria por acreditar q ele estava se curando, só que o pior ainda estava por vir. No começo deste ano, ele surtou e saiu destruindo tudo que via pela frente e agredindo verbalmente as pessoas das quais acreditava que o estavam fazendo mal. Foi internado passando mais de 15 dias no hospital até ser diagnosticado com transtorno bipolar.
    Sempre fiquei ao seu lado, prometi q o q quer q fosse essa doença, não o abandonaria, mas é algo que vai além das nossas forças. A inconstância de humor, as atitudes que chegam ao desvio de caráter acabaram por me consumir, até chegar ao ponto de buscar me trair. Não suportei e resolvi me separar, mas como o amava, sempre que precisava, estava pronta p ajuda-lo, até que então resolvemos reatar, mas já não o reconhecia mais, se tornou uma pessoa insensível, provocadora, alheio ao sofrimento q causa nas pessoas com suas atitudes egoístas e infantis.
    Acreditei q mesmo diante de tudo isso, iriamos conseguir superar, conviver e criar nossa filha de forma mais ou menos tranquila, até q aconteceu o q eu jamais acreditei passar, ele chegou em casa completamente alterado dizendo q a culpa de tudo q estava acontecendo era minha, me jogou no chão e tentou me enforcar, quando eu já estava quase sem respirar, soltou-me e pegou a faca da cozinha e ficou me ameaçando, perguntando de que lado ficava o meu coração. Graças ao Senhor, no último minuto desistiu do que ia fazer e foi embora e nunca mais voltou.
    Jamais imaginei passar por uma experiência tão traumatizante,difícil e dolorosa. Já pensei em ir embora e nunca mais voltar. Hoje permeio entre a pena de ver um rapaz tão jovem perder totalmente a credibilidade das pessoas, cometer absurdos como esse, algo que ele abominava, por não conseguir se controlar; e o medo de imaginar o que mais essa doença será capaz de leva-lo a fazer. Temo por nossa filha em meio a esse turbilhão de emoções q se tornou está próximo a alguém tão inconstante.
    Agradeço a esse site, pois através do depoimento de muitos aqui, pude perceber quantas pessoas passam por situações tão parecidas com o que eu tive q lidar, o que de uma certa forma me deixou mais confiante, por ver que existe esperança p o controle dessa doença tão dilaceradora.

    • blogabrata 22 de setembro de 2019 às 10:04 - Responder

      Prezada Joana, o seu depoimento é bastante encorajador e edificante.
      Agradecemos a sua mensagem.
      Abs.
      EQUIPE ABRATA

  21. Aline Aparecida Dias de Sa 22 de janeiro de 2021 às 10:56 - Responder

    Bom dia, sofro com transtorno bipolar,fui diagnosticada há 3 anos, infelizmente é muito difícil. Um dia estou linda, feliz, outro no fundo do poço a pessoa mais feia do mundo,vêm os pensamentos de morte,ou o que estou fazendo nesse mundo. Não é fácil,tomo medicamentos,terapia, e mesmo assim oscilo muito.Bom saber que não estou sozinha,quero sempre mudanças para ver se melhora alguma coisa,mais no fim é a mesma coisa.

    • blogabrata 27 de janeiro de 2021 às 10:25 - Responder

      Prezada Aline, agradecemos sua mensagem.
      É importante que você dê prosseguimento ao tratamento medicamentoso combinado com terapia.
      E participe do Grupo de Apoio On-Line da ABRATA para familiares e pacientes com transtornos afetivos.
      Retomaremos as nossas atividades em 02/2/2021. Siga-nos no site: https://www.abrata.org.br
      Abs.
      EQUIPE ABRATA

Deixe o seu comentário Cancelar resposta